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Archive for outubro \22\+00:00 2009

Wilson Moreira, Peso na balança



Há certo tempo, nas tardes do 1° Domingo do mês, venho apreciando no Quilombo do Candongueiro o Mestre Wilson Moreira e suas diversas qualidades. Simples, malandro, poeta, elegante, é realmente muito prazeroso assistir hoje um sambista como esse, que apesar de meio baleado pela saúde, matém uma entidade em seu ser. Wilson Moreira é daqueles seres humanos que irradiam beleza, pra quem conhece um pouco sua obra, magia. Como o próprio diz, hoje tem malandro enganando em demasia. Esse não, mais um que não tem o reconhecimento que mereçe e faz com que o Peso na balança, nome deste CD, pese mais para o cartaz que o Shopping Samba oferece.

Fui atrás de uma música e achei esse admirável CD, o primeiro disco solo de Wilson Moreira: Peso na balança. Desta vez o destaque vai para música número 4° do disco, Canteiro de Obra, que escutei seus primeiros belos versos na vaga lembraça atual do mestre. Na hora, ele descupou-se com sua habitual nobreza por não lembrar completamente. Emocionante. Menos peso mestre, salve!

1-Peso na balança (Wilson Moreira)

2-Portela e seus encantos (Wilson Moreira)

3-Um samba para ela que chora (Wilson Moreira)

4-Canteiro de obra (Sérgio Fonseca / Wilson Moreira)

5-Quero você (Wilson Moreira / Nei Lopes)

6-Incompreensão (Wilson Moreira)

7-Luanda, luandê (Wilson Moreira)

8-Meu apelo (Wilson Moreira)

• Valeu a pena (Wilson Moreira / Ratinho)

• Vivo bem com ela (Wilson Moreira)

• Deixa clarear (Wilson Moreira / Nei Lopes)

9-Já diz o velho ditado (Wilson Moreira)

10-Chorar, sorir (Wilson Moreira)

11-Forró no cafundó (Wilson Moreira)

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Benza, Deus

É galera, a um ano atrás perdíamos uma grande figura do nosso samba. Luiz Carlos da Vila (da Penha) isso mesmo, muita gente confunde, mas o compositor nasceu no bairro carioca de Ramos e morou em Vila da Penha, mais especificamente na Travessa da Amizade. O nome artístico “da Vila” foi incorporado em 1977, após sua entrada na ala de compositores da escola de samba Vila Isabel.
Seu primeiro instrumento foi o acordeão, seguido de um violão que ganhou ainda na adolescência. Com o desemprego de seu pai, foi obrigado a interromper as aulas.
Freqüentou o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos no final da década de 1970, sendo considerado um dos formatadores do samba carioca contemporâneo, de uma geração de compositores integrada também por Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sereno do Cacique, Sombrinha, Sombra, Cláudio Camunguelo, entre outros.
Sua primeira música gravada foi “Graças ao mundo”, interpretada pelo Conjunto Nosso Samba na década de 1970. Em 1979 compôs em parceria com Rodolpho de Souza, Tião Grande e Jonas Rodrigues, o samba-enredo “Os anos dourados de Carlos Magno”, com o qual a Unidos de Vila Isabel ganhou o primeiro lugar do Grupo 1B no desfile daquele ano.
Entre suas composições mais conhecidas destacam-se “Kizomba, a festa da raça”, “Além da razão”, “Por um dia de graça”, “O sonho não acabou”, “Doce refúgio”, “Chorando de saudade” e “A luz do vencedor”.

Luiz morreu vítima de câncer aos 59 anos.

Valeu Zumbi!

Homenagem (foto) feita no Quintal do Jorge, casa de samba de Niterói.

Faixas:

01 – Benza, Deus (Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila)

02 – Solano, poeta negro ( Zé Luiz, Nei Lopes e Luiz Carlos da Vila)
03 – Agulha e dedal(Magno e Maurílio do “Quinteto Preto e Branco” e Luiz Carlos da Vila)
04 – Universo (Riko Dorileo e Luiz Carlos da Vila)
05 – Chorando de Saudade (Mauro Diniz e Luiz Carlos da Vila)
06 – A cigarra e o Samba (Luiz Carlos da Vila)
07 – Vem pra roda sambar (Bira da Vila e Luiz Carlos da Vila)
08 – Pra conquistar teu coração (Wanderley Monteiro e Luiz Carlos da Vila)
09 – Rara (Nelson Sargento e Luiz Carlos da Vila)
10 – Ao nosso amor maior (Wilson das Neves e Luiz Carlos da Vila)
11 – Em nome do amor (Cláudio Jorge e Luiz Carlos da Vila)
12 – Como eu te quero bem (João Nogueira e Luiz Carlos da Vila)
13 – Duas saudades (Luiz Carlos da Vila)14 – A luz do axé (Luiz Carlos da Vila e Gilmar Simpatia)

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Galera vou sair um pouco do tema “Escola de samba e seus compositores.” pra gente dividir e respirar outras coisas.


Encontrei o texto a seguir na contracapa deste CD. Escrito por Zuza Homem de Melo, jornalista, instrumentista (contrabaixo) e musicólogo, o texto relata a parceria de dois compositores e o carinho por uma cantora, resumindo também em poucas palavras a história do show. E sendo assim, preferi deixar que ele falasse sobre este CD.

“Nada como um certo espetáculo, um disco para arredondar a obra de uma parceria. É o caso deste CD, resultado de um show que também nasceu por acaso. Como já acontecera em 1975, em plena ditadura, quando vagou uma data no Tucá para os dois parceiros em questão, já compondo juntos desde seus 17 anos, um no Rio e outro em São Paulo. Telefonavam-se freqüentemente para criar os sambas gravados depois em 2 LPs, originados de um dos inesquecíveis e mais bem sucedidos espetáculos de carreira na nossa música popular. Unidos à expressiva e original cantora Márcia, Eduardo Gudim & Paulinho Cesar Pinheiro arrebataram, é a verdade. Com ajuda no roteiro do sempre presente Chico de Assis, assim veio a tona naquela época, O IMPORTANTE É QUE A NOSSA EMOÇÃO SOBREVIVA, que seguiu carreira no Teatro Oficina e ginástico do Rio.
Vinte anos depois, surgiu uma nova data no SESC Pompéia. Gudin me ligou sem ter certeza do que fazer. Por que não rever aqueles sambas, outros mais, feitos depois, convidar Márcia, formar um time de músicos de primeira – incluindo o legendário Bolão – e cantar novamente? O título também desta vez foi encontrado num verso de “Mordaça”: TUDO QUE MAIS NOS UNIU. Essa parceria que fora tão concentrada e se tornou um tanto dispersa ao longo da carreira individual de cada um desses dois exuberantes compositores, mostra ser neste CD, uma das mais felizes, íntegras e destacadas das que foram geradas na terra do samba. Pudera: se Gudin e Paulinho já sabiam o que faziam há 20 anos atrás, que tal agora, já ilustres e mais sábios? Além das canções e do choro, a essência do samba está nisso que os três cantam, pode crer.”
( Zuza Homem de Melo, novembro/96)

“Ninguém faz futuro sem passado nem presente.
O único futuro conhecido é a morte.
Quando você diz que alguém está na frente.
Não é. Está bastante. Está ciente.
Está forte.
Diante da razão seu coração se guarda.
Diante da emoção sua razão complica
E entre os dois há luta. E a solução retarda.
O que é o antigo? O que é o momento? O que é a vanguarda?
O que é que fica?
Agora o que é de agora. Estou por aí na ativa.
Que viva a roda e a roda-viva perca a vida!
E pra que você veja a chama ainda viva,
O importante é que a nossa emoção sobreviva!”

*Poema escrito por Paulo César Pinheiro, foto da capa do CD “Tudo o que mais nos uniu” – Eduardo Gudin, Márcia e Paulo César Pinheiro – Dabliú Discos – Junho, 1996

Ficha técnica: Eduardo Gudin – violão; Miltinho – violão 7 cordas; Ronem Altman – bandolim; Luciana Rabello – cavaquinho; Bolão – flauta e sax; Lito Robledo – baixo acústico; Antonio Pinheiro – bateria; Jorginho Cebion – percussão

TUDO O QUE MAIS NOS UNIU – 1996.
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Mais informações sobre o cd:
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Nelson Sargento – Flores em vida

Já que estamos falando de Mangueira…

Hoje em dia nos deparamos com artistas que se entitulam cantores, sapateadores, atores, modelos e manequins, dubladores e afins. Se acham o máximo!
Nelson Sargento não está nesta categoria, ele sim é o máximo e sua obra está aí para quem quiser apreciar. Compositor, cantor, escritor e pintor, Nelson nasceu no Rio de Janeiro e aos oito anos morava no Morro do Salgueiro, onde desfilava na Escola de Samba Azul e Branco. Aos 12 anos, mudou-se para o Morro da Mangueira, sendo adotado por Alfredo Lourenço, pintor de paredes nascido em Portugal e que chegara em um navio, fixando-se no Morro da Mangueira, onde recebeu o apelido de Alfredo Português. O padastro levava o pequeno Nelson para os ensaios da Escola Unidos da Mangueira, já extinta.
Aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias, Cartola, Nelson Cavaquinho e passou a musicar os versos feitos pelo pai adotivo. Seguindo os passos de Alfredo Português, tornou-se pintor de paredes.
Carlos Cachaça o levou para integrar a ala de compositores da Mangueira, em 1947, foi sargento do Exército de 1945 a 1949, daí o apelido que tomou como nome artístico após ter participado do musical “Rosa de Ouro”.
A partir de 1982, passou a conciliar a carreira de músico com a de artista plástico, no Rio de Janeiro, em 1983, expôs seus quadros de cenas do cotidiano e figuras primitivistas no Arquivo da Cidade, escreveu com Alice Campos, Francisco e Dulcinéia Duarte, a monografia “Um certo Geraldo Pereira”, lançada pela Funarte, em 1983, através do Projeto Lúcio Rangel. Expôs, também, no Museu da Imagem e do Som (1993), Câmara Municipal do Rio de Janeiro (1994), Museu do Folclore (1995), Assembléia Legislativa (1998) e no Museu da Imagem e do Som (1999) . No ano de 1994 lançou o livro de poemas “Prisioneiro do mundo”. Casou com a produtora Evonete Belisário e é pai de 11 filhos (sete naturais e quatro de criação). Em 2003, finalizou o livro de contos “Samba eu”.
Em sua homenagem Moacyr Luz e Aldir Blanc compuseram “Flores em vida”, da qual destacamos os seguintes versos: “Sargento apenas no apelido/guerreiro negro dos Palmares/Nelson é o Mestre-Sala dos mares/Singrando as águas da Baía”.
No ano de 2005 lançou, na “1ª Bienal de Leitura de São Gonçalo” o livro “Pensamentos”, pela Editora Olho do Tempo.

Fonte: Dicionário Cravo Albin

Apreciem sem nenhuma moderação a obra deste grande mestre!

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